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A Lei Rouanet, a acessibilidade e minha jornada como trabalhadora da Cultura

  • Foto do escritor: Christianne Miranda
    Christianne Miranda
  • 26 de out.
  • 2 min de leitura

Foto de Ilana Lansky durante o projeto Quik Cidadania, patrocinado pela Lei Rouanet, em Nova Lima/MG, 2024. Estou em primeiro plano interpretando em Libras, com o bailarino Rodrigo Quik ao fundo no espetáculo infantil "Entre Alfinetes e Rabanetes", apresentado em escola municipal.
Foto de Ilana Lansky durante o projeto Quik Cidadania, patrocinado pela Lei Rouanet, em Nova Lima/MG, 2024. Estou em primeiro plano interpretando em Libras, com o bailarino Rodrigo Quik ao fundo no espetáculo infantil "Entre Alfinetes e Rabanetes", apresentado em escola municipal.

O que é a Lei Rouanet

A Lei Rouanet, ou Lei de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/1991), é uma das principais formas de apoio à cultura no Brasil. Ela permite que empresas e pessoas físicas usem parte do imposto de renda para financiar projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura.


Com isso, o governo incentiva investimentos privados em atividades artísticas, como teatro, música, dança, cinema, literatura, exposições e preservação do patrimônio. O objetivo é ampliar o acesso à cultura, apoiar artistas e instituições e levar a produção cultural para diferentes regiões do país.


Acessibilidade nos projetos culturais

Os editais da Lei Rouanet exigem que uma parte do orçamento do projeto seja usada para acessibilidade, garantindo que pessoas com deficiência possam participar das atividades culturais.


Na prática, isso significa reservar entre 2% e 5% do valor total do projeto para ações como:

  • Tradução e interpretação em Libras

  • Legendas

  • Audiodescrição

  • Materiais em braille

  • Rampas de acesso

  • Sinalização tátil

  • Treinamento da equipe para atendimento inclusivo


Cultura como direito de todos

A Constituição Federal de 1988 garante que a cultura é um direito de todos. Todas as pessoas têm o direito de criar, vivenciar e ter acesso às expressões culturais do país.

O artigo 215 afirma que o Estado deve apoiar e valorizar as diferentes formas de cultura, ampliando o acesso e a participação. A cultura não é um privilégio, é um direito fundamental que faz parte da vida e da identidade de cada pessoa, incluindo pessoas com deficiência e minorias linguísticas, como as pessoas surdas.


Minha experiência como trabalhadora da cultura

É nesse contexto que me tornei trabalhadora da cultura. Atuo como intérprete de Libras em:

  • Peças de teatro para crianças, jovens e adultos

  • Shows de cantores, cantoras e bandas

  • Festivais de música e gastronomia

  • Cursos e oficinas para profissionais da cultura e para o público em geral

Muitas vezes, a acessibilidade em Libras é garantida por esses editais, que permitem ao Estado brasileiro assegurar o acesso à cultura, à arte e ao lazer para grupos minorizados.

Estar tão próxima da arte e da diversidade cultural me faz refletir todos os dias sobre como a cultura é um grande promotor da dignidade humana. Somos humanos também porque compartilhamos experiências culturais que são fundamentais para a vida e a identidade de cada pessoa.


Homenagem aos trabalhadores da cultura

Tenho muito orgulho de ser uma trabalhadora da cultura. Os desafios existem em todas as áreas, e não é diferente para nós, trabalhadores da cultura.

Faço questão de homenagear todos os colegas que dedicam suas vidas para que outras pessoas possam ter momentos de alegria e acesso ao que nos torna mais humanos. Tenho enorme respeito especialmente às pessoas com deficiência que atuam nessa área e, com esforço diário, demonstram ao mundo a importância de levar arte e cultura a quem tem mais dificuldade de acesso.


Chris Miranda

26/10/2025

 
 
 

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